Existe diferença sim! Nem toda tristeza é uma depressão!
Venho vivenciando uma mudança gigantesca de uma rotina cheia de alegrias e realizações, mas em alguns detalhes venho percebendo uma leve ou até grande frustração e medos.
Sou psicóloga há alguns anos, venho trabalhando com atendimento clínico, recentemente me reconheci mãe.
Desde o descobrimento da gravidez venho pesquisando e estudando sobre a maternidade e no momento do nascimento, dei de cara com vários desafios, amamentar, trocar fraldas, lidar com choro e percebi que um bebê não vem com manual de instrução e não são iguais aos outros bebês e digo mais... um bebê não é uma bonequinha que brincava quando criança e que este bebê chora de fome, dor, frio, calor e etc...Em algumas vezes me senti frustrada e tive que lidar e encarar de frente com minhas expectativas.
O nascimento de um bebê trás uma mudança na rotina de qualquer família, mobiliza emocionalmente os pais, avós e cuidadores e durante a gestação a mãe provavelmente se preparou para receber o bebê.
O período que antecede o parto é propício para que a mulher vivencie muitas questões, ocorre uma queda dos hormônios progesterona e estrogênio que pode interferir no físico e emocional da mulher. É inevitável acontecer uma mudança no cotidiano que pode ser causadora de estresse que muda seu estilo de vida e até seu ritmo de sono, tudo em sua volta está focado no recém-nascido que necessita de cuidados. Essa fase pode ser vivenciada em muitos casos, como uma turbulência de sentimentos, emoções e expectativas que podem provocar uma instabilidade emocional.
A tristeza materna ou baby blues atinge até 80% das mamães e diferente da depressão pós-parto, não é considerada doença pois não incapacita a mãe nas rotinas diárias.
Os sintomas do baby blues incluem:
• Mudanças de humor;
• Ansiedade;
• Irritabilidade;
• Sentir-se sobrecarregando;
• Choro;
• Concentração reduzida;
• Problemas de apetite;
• Dificuldades pra dormir;
• Tristeza sem motivo aparente.
Esses sintomas costumam surgir nos primeiros dias após o nascimento do bebê e durar em torno de duas semanas.
Já a depressão pós parto deve ser olhada de forma diferente e precisa acompanhamento. Atinge cerca de 10 à 20% das mamães. Na depressão pós-parto o humor é totalmente afetado, a mamãe fica deprimida grande parte do dia e em quase todos os dias por período mínimo de 2 semanas. Pode apresentar desânimo e sofrimento além de muita tristeza e angústia. Esses sintomas não desaparecem espontaneamente e podem vir junto com outros sentimentos e sensações como ansiedade, alteração no sono, sentimento de incapacidade, culpa é até pensamentos suicidas.
É importante que as mamães e os papais façam um acompanhamento seja de familiares e psicológico. A tristeza faz parte da vida, mas as mamães e os papais não precisam lidar sozinhos.
Comentários